12.11.10

Realidades alternativas - Willys/Renault


Como seria a trajetoria da Willys e Renault no Brasil se a realidade tivesse sido outra?
A Willys foi uma das pioneiras no Brasil, com os modelos Jeep, Rural, Aero-Willys e Gordini, mas se essa realidade permitisse que a empresa fosse mais competitiva em nosso mercado, como ficaria esse cenário?

Já que na época a Willys era da Kaiser, a alternativa ao Aero seria o belo Kaiser Manhattan, que também era fabricado pela IKA argentina com o nome de Carabela.
Se a escolha fosse mesmo o Aero Willys, havia uma versão interessante nos EUA, a versão coupé Bermuda do Aero Ace.  Montado no chassi do Jeep uma versão de cabine avançada que poderia ser a Kombi da Willys.
O Gordini  em meados da década de 60 seria substituído pelo Renault 8 ou  pelo versátil e simples Renault 4 que já apresentava motor e tração dianteiros.
O Capeta era um esportivo grande com a mecânica do Aero mas teve seu projeto cancelado, poderia ter sido um belo esportivo nacional. Já o Interlagos houve uma tentativa de modernizá-lo com uma nova frente mas o projeto também foi cancelado.

O Aero ou o Kaiser seguiria tranquilamente pela década de 60 já que a Renault não tinha modelos de grande porte na época.  A imagem ao lado foi um protótipo do Aero que a Ford fez (frente inspirada nos Lincoln) no início dos anos 70 mas não vingou, preferiram esperar pelo Maverick.

A linha Jeep estava bem com o CJ e Rural,  o Saci (foto do início da postagem) era uma versão conversível e mais esportiva da Rural,  inspirado no Jeepster americano, a frente do protótipo segue o padrão brasileiro, chegou a ser mostrado no salão do automóvel mas foi outro projeto cancelado pela Willys.

Chegamos ao que interessa, a década de  70, e se a Willys do Brasil não tivesse sido comprada pela Ford? A Willys, subsidiária da americana Kaiser-Jeep, também fabricava carros da Renault sob licença, no final da década de 60 a Willys vinha preparando a chegada do Renault 12, mas com a compra da Willys pela Ford esse projeto passou por algumas modificações e foi lançado como Corcel, as imagens acima dão a idéia de como seria o principal modelo da Willys nos anos 70, sedan e perua.
 Como a Kaiser-Jeep foi comprada pela AMC em 1970 a Willys nacional não teria muitas opções para substituir o Aero, a Willys teria que projetar um novo Aero no Brasil ou nacionalizar algum modelo maior da AMC como o Matador ou o Ambassador, porém com esses nomes teriam que ser outros no Brasil, rs. Esses modelos concorreriam com os Dodge.

Caso não fosse necessário um carro tão grande como o Ambassador uma boa opção era o Renault 30, lançado na França em 1975 um Renault um pouco maior e mais luxuoso, mas não esconde a semelhança de um Passat...

Outros modelos pouco prováveis da AMC mas que merecem ser lembrados seriam o médio Hornet e sua versão hatch, o Gremlin. Pessoalmente apostaria mais nos modelos da Renault. 

Para os utilitários a opção mais barata seria reestilizar a frente da Rural para os anos 70  ou simplesmentes substituí-la pelo Cherokee 2 portas e o Wagonner 4 portas, este último, mais luxuoso, concorreria com a Veraneio da GM.  O Jeep CJ acompanharia a evolução do modelo americano com algumas melhorias.
Para substituir o R8 ou o R4, o trunfo seria o simpático Renault 5, lançado em 1972 na França chegaria aqui em 1976, seria um grande concorrente para o 147 da Fiat. Chegou  a existir sua versão sedan, o R7.
 Se o  Interlagos seguisse a cartilha do Alpine teríamos um carro bem exótico no Brasil, será que vingaria? A esquerda vesão para a década de 70 e a direita para os anos 80.
Para os anos 80 acredito que a Renault dominaria a divisão de carros  de passeio aumentando sua participação na parceria, e a sócia americana se encarregaria dos Jeeps.  O médio Renault 18 substituiria o 12, o Fuego como versão coupé, o 11 viria como um médio do porte do Ford Escort, enquanto o Renault 5 seguiria firme com algumas melhorias até a chegada do Clio nos anos 90.

Para a linha Jeep o renovado Cherokee de 1984 e a picape Comanche talvez seriam os últimos descendentes da Willys no Brasil, pois após a compra da AMC pela Chrysler em 1986 não saberia dizer o que o futuro reservava, mas a fase Chrysler fica para outra realidade alternativa.
Com a venda da AMC para a Chrysler acredito que a Renault ficaria com  todas as operações na america do Sul e seguiria em frente com os seus modelos. Para a década de 90, o Clio substituiria o bom e velho R5, o 19 hatch e sedan tomariam o lugar do 11, o modelo 18 seria substituido pelo 21. A minivan Espace também poderia ter dado as caras por aqui.
Em meados da década de 90 o Laguna entraria no lugar do 21 e quem sabe o genial Twingo não poderia ser nacionalizado para combater o Ford Ka?
Para o novo milênio, além da evolução do Clio e a minivan Scenic, talvez até o Logan, o Laguna de segunda geração também poderia ser produzido e o Megane nacional.
O Clio ganharia a terceira geração e o Laguna ficaria de cara nova.
O estranho Megane 2 não faria tanto sucesso por aqui sendo rapidamente substituido pela sua terceira geração,  a Scenic e a Espace também ganhariam novas gerações.

Como todos sabem essa realidade alternativa seria baseada em um cenário econômico mais favorável, com altos investimentos e um público mais exigente.

8 comments:

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze said...

se as fábricas instaladas localmente não tivessem se acomodado tanto depois de '76 a indústria automobilística brasileira não teria ficado tão sucateada, pois acabaria havendo uma competitividade maior que estimularia novos investimentos...

Dan Palatnik said...

Caramba Du, levei um susto ao ver a Rural com grade de Wagoneer! Ficou perfeito...

Nanael Soubaim said...

Neste cenário, acredito que o Carabela viria em CDK como topo de linha, e permaneceria com reestilizações até meados dos anos oitenta, o que dispensaria o enorme Ambasador, para competir com o Landau. Se trouxessem um médio-grande, seria o Hornet, para competir com o Opala; o Gremlin nada mais é do que um carro grande com a buzanfa amputada, viraria piada por aqui.

O Jeep de cabine avançada até poderia competir com a Kombi, mas esbarraria nos custos de aquisição e manutenção, onde a Kombosa é imbatível. Teria que oferecer mais do que tração integral para não sofrer.

A Chrysler certamente manteria a parceria, para não correr o risco de perder a marca Jeep no Brasil, então as actualizações fazem todo sentido, e a Veraneio teria que rebolar, apresentar melhorias reais a cada ano para se manter no páreo. Só que assim a Renault teria que ficar na parte familiar e de esportivinhos pequenos, deixando os músculos e a cara fechada para os americanos.

O Alpine talvez fosse produzido em parceria com a Puma, como um producto mais refinado, com certeza teria outras reestilizações, as européias descaracterizaram totalmente o modelo.

Perderíamos o Corcel, como o conhecemos, mas ganharíamos o Mustang com toda certeza, ainda que em versões simples de quatro e seis cilindros.

O Fuego viria e daria dores de cabeçote ao Gol GT, ao Monza SR, ao XR3 e outros que o cenário ofertasse.

Já o Twingo... Um feioso a mais ou a menos não faria tanta diferença, apesar de ele seer um feioso engraçadinho, como o Baby da Silva Sauro. Mas acredito que a Renaut não repetiria o erro da Ford e providenciaria uma versão cinco portas, ainda que precisasse fazer ajustes e recalls por algum tempo.

A Scenic talvez mantivesse o nome Space, para dar a impresão de ser um modelo longevo.

Um adendo, a indústria nacional se acomodou bem antes de 76, começou em 1967, quando o nosso Fusca parou de acompanhar a evolução do alemão.

Fábio said...

muito muito bom a rural com frete moificada. amo a rural s2 rsrs

Ronaldo said...

Grande Eduardo!!!!! Nota 1000!!!!!!
Valeu a pena esperar pela matéria a
respeito da Willys e da Renault;sem
nenhuma dúvida:que ótimo seria se a
Willys tivesse sido comprada, há 43
anos,pela Renault,ao invés da Ford,
não é mesmo? Abraços!!!!!!

Bob Ramone said...

Ao meu ver, o Gremlin seria um concorrente do 147 e do chevette. eu axo o gremlin legalzinho(normal, nao joguem pedra, eu sou assim do contra msm. nao o chamaria de feio, sim de diferente) ainda prefiro o Gremlin ao chevette. uma reestilização dele viria bem. NÉ DU?? kkkk abraço.

Bob Ramone said...

ia esquecendo. sobre o Alpine, seria legal msm ele como Interlagos no Brasil. O dos anos 80 e legal, mas axo que esses piscas na lateral tiram a esportividade dele, fica parecendo aqueles carros populares americanos do final dos anos 80.

Anonymous said...

O problema do mundo dos negocios sempre esta na conta que os empresarios fazem pra saber quanto mais podem ganhar com este ou aquele porjeto. O maverick , ao substituir o queridissimo mas ultrapassado Aero, fez parte de uma escolha que teria levado ao Taunus, ingles, mas o motor Aero nao cabia no cofre do Taunus e o Maverick saiu e foi um fiasco ate certo ponto. Isso nos leva a perguntar, e se o Henry Ford tivesse aprovado os Aero para 1970, com inspiracao nos Lincoln e tudo. Eu acho que teria sido um sucesso. MAs o bom mesmo e' se a Willys nao tivesse sido vendida e brasileira como ela era, ja com gostinho de Brasil nos carros , teria saido do buraco com o projeto M, seu Corcel, e talvez estivesse ai ate hoje mesmo.