19.3.10

E se fosse verdade?

Disponibilizo o texto-ficção (com algumas atualizações) publicado na revista Classic-Show número 48, que saiu ano passado, a matéria "E se fosse verdade?" referente as obras fictícias que publico neste blog, seria um tipo de universo paralelo, leia e deixe tudo por conta da sua imaginação...
Alguém já ouviu falar em "universo paralelo ou realidade alternativa"? Explicando no modo mais "nerd" possível, trata-se de uma suposta realidade auto-contida em separado, coexistindo com a nossa própria. Em ficção científica e fantasia esta realidade em separado pode variar em tamanho de uma pequena região geográfica até um novo e complexo universo, ou vários universos formando um multiverso, resumindo... é como se existisse uma outra vida complexa, ou uma realidade alternativa à nossa própria andando lado a lado. Dê asas a sua imaginação e entre em uma nova realidade, onde nossa indústria automobilística evoluiu de forma diferente, e que pequenas empresas como Vemag, Willys e Simca triunfaram perante as crises, e seus veículos, ao invés de obsoletos evoluíram para brigar de frente com os modernos modelos de hoje, uma realidade onde modelos que marcaram época estariam vivos até hoje nas versões que os consagraram.


No Brasil, a indústria automobilística vai de vento em popa, conseguimos independência tecnológica e criativa, o fanatismo dos brasileiros pelos automóveis e o conservadorismo é tamanho, que certos modelos já comemoram bodas de ouro nas concessionárias. A exemplo do New Beetle, vários modelos ainda são produzidos através de gerações, e sempre com elementos que lembram a sua origem. Exemplo bem atual disso é o VW Brasília, que com sua nova geração inspirada no modelo de 1974 e utilizando uma plataforma Audi já é um sucesso e figura entre os líderes de venda.
VW - Após ter fracassado na operação de aquisição da Vemag em 1966, a VW investiu pesado em seus veículos para tentar combater o sucesso do Belcar, bem como o Gordini, que há anos tem sido uma pedra no sapato da marca. Desde a criação do Brasília nos anos 70 pelos designers Marcio Piacasteli e José Vicente Martins, a marca tem priorizado o design nacional independente da matriz. O Passat por exemplo, conta com um desenho exclusivo, com traços que claramente lembram o Passat de décadas anteriores, bem diferente da atual geração européia, outros exemplos são os esportivos SP-3 e o novo Karmann-Ghia com capota rígida que se retrai transformando-o em um conversível, embora seu preço o posicione entre os compradores de alto poder aquisitivo, este último tem tido vendas acima do esperado e é um cartão de visitas brasileiro nos salões de outros países, visto que é o único KG em produção no mundo.
VEMAG - A Vemag é um exemplo de uma pequena montadora que venceu a crise. Após quase ter sido vendida para a VW, conseguiu se reestruturar e hoje disponibiliza vários de seus clássicos em novas roupagens, como os saudosos Belcar e Vemaguete, que externamente lembram os saudosos DKWs, só que agora com modernos motores quatro tempos de tecnologia flex. A Vemag também disponibiliza o cupê de luxo Fissore, que é exportado para vários países e já anunciou o relançamento do bravo Candango para este ano,
desta vez com visual de utilitário esportivo, mas sem perder sua bravura de todo o terreno.

WILLYS - A Willys mesmo tendo sido comprada pela Ford do Brasil, conseguiu seguir adiante como uma subsidiária da marca. Hoje oferece o popular Gordini, longe de ser o frágil modelo de quarenta e poucos anos atrás, o atual seguindo a moda das releituras preserva apenas detalhes de seu antigo visual, misturando com linhas mais aerodinâmicas. No segmento de luxo o Aero traz muitos requintes como ABS, seis airbags, ar-condicionado digital e inteligente (o mesmo usado no Del-Rey 2009).
Recentemente a marca lançou a nova Rural, com um desenho que preserva traços da Rural clássica. O nacionalismo está explícito na grade frontal que lembra o palácio da alvorada. Com sua tração 4x4 permanente e duas opções de motores (um a Diesel e outro gasolina de 4600 cc V8 de origem Ford) não faz feio diante de concorrentes como Pajero e Hilux, tanto que já ganhou o último Rally dos Sertões. A marca também já estuda o retorno do Willys Jeep graças a um exboço que vazou pela net, porém, devido ao nome ser hoje de propriedade da Chrysler a palavra deve ser abrasileirada, a possibilidade mais provável seria "Jipe".

SIMCA - A Simca é a divisão de luxo da Chrysler do Brasil, seu modelo único, o Chambord é o que tem de mais luxuoso no país, e o segundo mais caro também (entre os sedans), seu visual é clássico com influências do Jaguar e do Thunderbird, ainda mantém a pintura "saia e blusa" encanta os olhos de todos pela rua. Recentemente Chambord teve ainda mais destaque, ganhou uma roupagem de viatura da polícia rodoviária para as filmagens do remake das "Novas aventuras do Vigilante Rodoviário". Segundo o porta voz da marca serão produzidas três unidades que serão usadas nas filmagens. E a família Simca vai aumentar com a chegada da perua Jangada no final do ano.

FORD - A Ford entrou de cabeça na moda das releituras, usando por base o Focus europeu foi concebida um inusitado retorno do Escort e Verona. Quanto aos médios a Ford disponibiliza a atual geração do Del Rey, que mantém um ar sóbrio, bem americanizado, que contrasta com as linhas esportivas do cupê Corcel, que segue com linhas mais européias e um fim mais esportivo, destaque para a versão GT com pintura em dois tons. Já o Maverick, um pouco maior, se tornou o nosso Mustang Tupiniquim, que assim como ele, nos brinda com um potente V8 de 4600 cc e 300 cv (o V6 4000 cc também está disponível). Enquanto no mundo só se fala em carros menores, o Galaxye seguem frente esbanjando luxo e potência em sua novíssima geração, de linhas retas, um concorrente de peso para o Simca, já que custa alguns centavos a mais. Sem contar a picape F-100, que agora incorpora um visual inspirado nos anos 50, já a F1000, maior, mantém os traços dos modelos da década de 70.
CHEVROLET - A GMB recentemente entrou nessa onda de releituras apresentando o Comodoro, pondo um fim nos planos da GM trazer o Malibu, o novo Opala tem influência direta do luxuoso modelo da década de 70, a perua Caravan e o Cupê também já estão prontos, este último entrará na briga com o Maverick. A Veraneio e a D20 também tiveram influência nos modelos clássicos.

CHRYSLER - A Chrysler não querendo ficar pra trás já providenciou seus modelos retrôs, após o relançamento do pequeno Polara agora o poderoso Charger volta a ativa, desta vez traz o V8 HEMI de 340 cv (que desbanca o Maverick em potência) o motor desliga 4 cilindros quando em lenta a fim de uma maior economia de combustível, o mesmo usado no americano 300C.
Já o Dart continua (por enquanto) com seu confiável V6 de 249 cv muito procurado por órgãos do governo.

FIAT - A Fiat contra-ataca o Brasília da VW com o seu pioneiro, o 147, que já é um dos carros mais baratos do país. Relançado para substituir o Uno, no início destre ano, já está sendo considerado como o 500 brasileiro, e tem tudo para ser exportado para o resto da américa e europa. A Fiat ainda mantém o nome Alfa-Romeo no Brasil e com o anúncio do novo JK, uma homenagem ao antigo presidente, luxuosíssimo, deve encarar o Chambord.

PUMA e GURGEL - A Puma corre por fora, sobrevivendo graças a aquecida do mercado nos últimos tempos e a rejeição do público para com os importados e tem tido vários pedidos para exportação.
Com o seu GTS que em muito lembra seu clássico modelo tubarão, e o grande GTB agora com influência de estilo direta do americano Mustang.
A Gurgel, atravessa por um momento difícil, com a  recente morte de seu criador ainda luta bravamente, lançando mais uma geração do X12, com melhores acabamentos e um teto rígido  destacável se transformando em conversível. A mecânica ainda é VW, mas a Gurgel pensa na idéia de ressuscitar a idéia de um motor próprio.
Outros fabricantes foras-de-série cogitam voltar as ruas com seus clássicos repaginados como é o caso do MP Lafer e Bianco.


Texto:  Atos R. Fagundes e Eduardo Oliveira - Revista Classic Show, 48
(texto fictício)

8 comments:

Anonymous said...

Cara, acho que o Audi A1 foi inspirado nessa Brasília heim...
Muito bom seu trabalho. Parabéns

Valter Silva

Nanael Soubaim said...

Do jeito que voltaram a nos empurrar modelos defasados, sem o carisma e a confiabilidade dos antigos descritos no texto, até dói pensar em um cenário tão bom.

Anonymous said...

seria bom ver esses carros na policia nas ruas, para aposentar os palios e classics que a policia brasileira usa.

Antonio said...

Que tal se vc desenhasse os interiores??? ficaria doido em ver como ficaria o da nova brasilia...
grande abraço!

edson said...

BELEZA DE TRABALHO. O R/T NÃO TERIA MUITO A FAZER, MAS O SP3, O KARMANN GHIA E O PUMA GTS ESTÃO ÓTIMOS. O GTB MERECE UM NOVO ESTUDO. APENAS ACHEI QUE O AERO LEMBRA MAIS O FNM JK QUE O CARRO DA WILLYS.
EXCELENTE TRABALHO, PARABENS!!!

Linus said...

GTB? nao, foi um dos melhores trabalhos no blog.

Marcelo said...

Você nunca teve a vontade de fazer um carro destes que desenhou? Iria ser animal fazer um GTB ou um Opala Coupé.

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze said...

se o du nunca teve vontade de fazer um carro desses que ele desenhou, isso não pode ser dito sobre mim e mais uns loucos que vimos os desenhos e penamos em fazer pelo menos uma carroceria de fibra para montar usando a mecânica de algum modelo de produção em série... um "novo candango" ficaria interessante usando o chassi de um suzuki vitara...